‎"There are bridges on life's highway but we never see them there. Some cross troubled waters, some don't go nowhere"

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Pequena crónica da dor que não mata, mas ameaça


A verdade é que não sei de mim. Pela primeira vez em um ano e três meses, estamos há um dia e meio sem falar, sem dirigir uma palavra. Só eu sei o quanto me dói, o quanto me estou a corroer por dentro e o quanto me apetece pegar no telemóvel e dizer-te o que quer que seja. Mas não posso. Não posso porque olhei para mim e percebi que este talvez seja o primeiro passo para me libertar de ti, para ganhar o tal amor próprio que eu há tanto perdi.
Não fui eu que errei, não sou eu que estou em falta contigo. E não sou, porque desde sempre, desde o primeiro dia te dei tudo. Tudo de mim, tudo o que tinha e para além disso, até tudo o que não tinha. Fui-te dada desde início como garantida, e foi por isso que sem saberes, me foste perdendo.
Sei que o orgulho não nos leva a lado nenhum, mas neste caso, que posso eu fazer se sempre que tento “chamar-te á Terra” tu não estas ou foges de mim?
Estou desfeita, não posso dizer que não o esteja porque estaria a mentir. O único factor que me faz sentir bem neste momento é o facto de saber que não te falhei em nada, nem por um minuto. A minha consciência está tranquila. Mas isso não chega.
Fosse a consciência tranquila um remédio para a dor. Fosse a dor motivo suficiente para se ser capaz de seguir em frente.

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